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No reflexo dos olhos
deste livro que me lê
está posto o lugar-comum
aqui, entre as páginas abertas
o meu encerramento vivo
em pretensa diferenciação
identidade
individualidade, não
nada mais previsível que
uma unidade fabricada
em larga escala, induzida
a testes rígidos
para se manter um padrão na lida
e a repulsa pelo que dele escapa
Não consigo me ver assim, na realidade
é como sou – visto
tudo isto evidenciado
frente ao livro impassível
Enquanto a moldura
me oferece o paraíso
a preços módicos, uma vida
próxima, tranquila, todavia eu
sou encarado pelo poema e até
lido
suficientemente bem
com ser objeto de
complexa trama
algum desinteresse
irresoluta observação
Faço meu esforço convocado
pela leitura desse suposto eu
nos olhos que sequer pestanejam
translúcidos, adiante
e me ofuscam como a luz
no fim da vida.