Se eu escrevesse um romance sincero, começaria com uma frase lida em Formas de voltar para casa, de Alejandro Zambra (p. 60): "Este romance devia ser escrito por outra pessoa. Eu gostaria de lê-lo".
Com isso, isentaria a mim próprio – ou ao menos mostraria intenção de me isentar – de tudo aquilo que o autor dissesse. Não quero participar das ocorrências, não quero ser cúmplice de meus algozes.
É sobre isso que gostaria de escrever, sobre um romance que não deveria ser escrito – ou melhor, sobre um romance que não deveria ter sido escrito por mim.