queria morar numa rua
com nome de poeta
onde errar fosse coisa certa
rua de tripla mão
para ir, vir, devir
não julgue vazio
meu desejo pueril
nessa minha rua
todos que passassem
deixariam um rastro
de boa recordação
de presente
levariam sentimento
sem matéria
nem razão
uma rua de gente
justa e honesta
em que todas as memórias
fossem pura invenção