"Não gosto de literatura engajada. A doutrina faz parte da atividade missionária, religiosa, e um escritor deve inventar um pequeno mundo, um microcosmo com dramas e tragédias humanos, sem mensagens ideológicas ou receitas para uma vida feliz. As grandes obras falam do tempo, que é social, político, cultural. Pensar já é um ato político. O sentido da História é importante para a construção de um romance. Mas é na história particular e na trajetória de um personagem que aparecem os dramas humanos e o verdadeiro sentido da História. Numa obra de ficção, as relações de poder, os conflitos e perturbações morais estão estreitamente vinculados e devem fazer parte da subjetividade dos personagens que participam do enredo."
Milton Hatoum
Revista OCAS nº 91
Setembro/Outubro de 2013