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domingo, 11 de agosto de 2013

FOI VOCÊ? ENTÃO QUEM FOI?

Inserções em Circuitos Ideológicos: Quem Matou Herzog? (1970), de Cildo Meireles

Algumas obras de arte permanecem atuais durante longos períodos. Outras retornam do esquecimento com uma força assombrosa, talvez porque se conectam com alguma inquietação do momento.

Conforme disse Marcel Duchamp numa palestra de 1957, "[o artista] terá que esperar pelo veredito do público para que a sua declaração assuma um valor social e para que, finalmente, a posteridade o inclua entre as figuras primordiais da História da Arte" (em O ato criador).

Ainda que não seja sua intenção, Giorgio Agamben completa muito bem essa ideia quando afirma que "é da nossa capacidade (...) ser contemporâneo não apenas do nosso século e do 'agora', mas também das suas figuras nos textos e nos documentos do passado" (em O que é o contemporâneo?, 2008).

Afinal, não se trata de cronologia, mas de uma maneira de perceber e tocar a vida - o contemporâneo, portanto, é da ordem do discurso.

O que há de contemporâneo nas Inserções em Circuitos Ideológicos, de Cildo Meireles? Em outras palavras, que questões aquelas propostas continuam a provocar? O que ainda há de relevante nelas em relação aos acontecimentos de agora?

Para mim, poderíamos substituir "Herzog" por "Amarildo" ou "Marcelo Pesseghini", entre tantos outros nomes, a maior parte deles desconhecidos do grande público. E a pergunta continuaria a soar e ressoar.

Até quando?

Você encontra mais informações sobre Cildo Meireles no site do Itaú Cultural.