“Dizem as estatísticas que as editoras [brasileiras] produziram em 2010 23% mais livros que em 2009. Mas a perplexidade continua: tirante os best-sellers, que têm uma dinâmica específica, as edições dos livros ‘normais’ continuam em torno de 2 mil a 3 mil exemplares. Se lembrarmos que quando o país tinha 30 milhões de habitantes (lá por 1920) as edições eram de 500 exemplares, veremos que há algo errado no nosso ‘progresso’. Naquele tempo cerca de 60% da população eram de analfabetos, hoje se diz que são 9%. Façam a conta com os quase 200 milhões de habitantes hoje. Portanto, há algo errado não apenas com a produção de livros mas com a ‘produção’ de leitores.”
O leitor, onde está o leitor?, de Affonso Romano de Sant’Anna, Jornal Rascunho, ed. 140, dezembro de 2011.