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sexta-feira, 11 de junho de 2010

O MUSEU E O BRASIL

Na revista BRAVO! deste mês, a jornalista Gisele Kato aproveitou a matéria sobre o museu Metropolitan de Nova York para fazer uma crítica muito pertinente à sociedade e às instituições privadas brasileiras, tal como reproduzo abaixo:


Gertrude Stein (1905-6), de Pablo Picasso

UMA SAGA EXEMPLAR
por Gisele Kato

Não seria exagero dizer que a coleção de obras de Pablo Picasso (1881-1973) no Museu Metropolitan, em Nova York, começou por acaso. Em 1946, a poeta Gertrude Stein decidiu doar ao museu americano o retrato que o mestre espanhol havia feito dela em 1906. Na época, escreveu: “Eu sempre quis entrar para a história”. E assim aconteceu. A tela, a primeira do artista a figurar no acervo do Metropolitan, foi recebida no hall principal da instituição e atribuiu de vez um status de celebridade a Gertrude. Hoje, o museu possui 34 pinturas, 58 desenhos, aquarelas e pastéis, duas esculturas, dez placas de cerâmica e quase quatrocentas gravuras de Picasso. Muitas das peças são obras-primas. E, com exceção de 36 delas, todas vieram de doações – com histórias que envolveram desde londas negociações até entregas mais repentinas. A saga é ilustrativo de uma cultura – a americana – em que os cidadãos se sentem responsáveis por seus museus. Fica em cartaz até o dia 1º de agosto a mostra Picasso in the Metropolitan Museum of Art em Nova York – que, além de impressionante, chama a atenção para esse exemplo a ser seguido por países como o Brasil, em que se espera muito do Estado mas são poucos os cidadãos e instituições privadas que realmente fazem algo pelo mundo da cultura.

Link para a obra no Metropolitan: Gertrude Stein