quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
A alegria de viver (1905-6), de Henri Matisse
"Parafraseando Maurice Denis, A alegria de viver, em vez de ser uma pantomima arcádia com referências à mitologia antiga ou um agregado de nus na clareira de um bosque, é, acima de tudo, uma superfície plana coberta de cores dispostas em determinada ordem. Matisse nunca tinha deixado isso tão claro quanto no momento em que apresentou a todos essa obra-prima. (...) A existência de afastamentos da 'natureza', quanto a anatomia, perspectiva, escala e cor, tão variados e incoerentes, e derivados de fontes tão diversas é uma prova da coragem, da abertura a novas ideias e da criatividade de Matisse, e resultado de sua insistência sobre o direito do artista de tomar liberdades – com a natureza, com as convenções dos predecessores e mesmo com o ideal clássico da própria corrente estilística."
ALFRED BARR em "A arte de Matisse: do final de 1905 a 1907"
"Matisse, no longo prazo, deve mais a Cézanne do que a Gauguin e Van Gogh, mas foi o exemplo dado pelos dois últimos que o convenceu de que a arte não precisava ser uma transposição fiel da natureza. A natureza ainda era o estímulo, mas o objetivo principal agora era afirmar a intensidade da reação do artista a ela, da maneira mais direta possível."
CLEMENT GREENBERG, em "Henri Matisse"